quinta-feira, 2 de abril de 2009

As Revoltas na Repúbilca Velha

As Revoltas na República Velha

A situação social O poder se concentrava na mão das oligarquias. Inflação, aumento de impostos, queda dos preços internacionais do café incomodavam os brasileiros. A população tinha sua maioria no campo. A agricultura era tecnologicamente atrasada.

Canudos

Canudos era uma comunidade pobre no sertão da Bahia e ocupava uma área de terra sem dono. Era uma cidade de 30 mil habitantes. O líder da comunidade de Canudos era o pregador religioso Antônio Conselheiro. Ele afirmava que o Messias ( Deus ) logo iria voltar à Terra e queimar os homens maus em fogo e enxofre. Canudos começou a incomodar os poderosos. Os coronéis se irritavam com os sertanejos, que pareciam viver com autonomia. A Igreja não aceitava que houvesse um homem fazendo pregação religiosa por conta própria. Os homens do governo começaram a se preocupar quando receberam notícias que Antônio Conselheiro fazia discursos contra a República e a favor da monarquia. É claro que Canudos não era um movimento de luta pelo retorno à monarquia. Em nome da defesa da República contra “os fanáticos manipulados pelos monarquistas”, o presidente enviou expedições militares contra Canudos. Os camponeses se defenderam com astúcia, utilizando táticas de guerrilha. Derrotaram três expedições militares seguidas. Mas nada puseram fazer contra uma força militar gigantesca que constava até canhões Krupp, importados da Alemanha. Depois de três meses de combate, Canudos foi derrotada.

Revolta no Contestado

Contestado foi um movimento camponês que aconteceu em Santa Catarina. A região foi ocupada por empresas que exploravam madeira e por uma companhia norte-americana que construía uma estrada de ferro. Todas elas invadiam, as terrinhas dos camponeses e os expulsavam da região. Os camponeses montaram um acampamento em Taquaraçu, uma área no interior catarinense. Liderados pelo “ monge” José Maria, acreditavam que em breve Cristo retornaria para auxilia-los contra os poderosos. Confiantes na proteção de Deus, trataram de atacar os agressores. Arrancaram trilhos e incendiaram galpões de serrarias. Um exército foi enviado para a região e, em 1915, o Contestado estava submetido.


Cangaceiros e coronéis no sertão nordestino


Desde o final do século XIX até os anos 40, havia muitos bandos de cangaceiros no interior do Nordeste. Atacavam fazendas e pequenas cidades para roubar. O cangaceiro mais famoso foi Vigulino Ferreira da Silva, de apelido Lampião. Os cangaceiros não contestavam nem mesmo o coronelismo. Os chefes cangaceiros montavam alianças com os coronéis do sertão. No tempo de Getúlio Vargas o cangaço praticamente deixou de existir. Um dos motivos de seu desaparecimento foi a perseguição policial implacável fruto do reforço da autoridade do Estado.

Santos e coronéis


No mesmo Ceará, onde havia tantos cangaceiros, atuou o “Padim” padre Cícero. Padre Cícero era, por um lado uma pessoa preocupada com os pobres. Mas onde é que conseguia dinheiro para essas obras assistenciais? Pedia aos coronéis e ao governo estadual. Os poderosos aceitavam dar certas contribuições para o padre contanto que ele orientasse os fiéis nas eleições. O padre Cícero estava integrado ao jogo de poder dos coronéis.

A Revolta da Vacina


O prefeito Pereira Passos iniciou as reformas urbanas no Rio de Janeiro no começo do século XX. Ordenou a abertura de largas avenidas no centro da cidade. Só que para alargar as ruas, era preciso derrubar as casas. O problema é que essas casas eram habitadas por pessoas pobres. Mas o governo não se preocupou e manteve a demolição.
Em seguida, Pereira encomendou ao médico Oswaldo Cruz um plano de saneamento, para acabar com a febre amarela, a varíola e a peste bubônica. A idéia era boa, mas o governo quis fazer tudo autoritariamente, sem esclarecer a população. Resolveu que todos deveriam se vacinar contra a varíola. Naquela época, vacina era uma novidade para muita gente, e as pessoas tiveram medo. Em vez de esclarecer a população, estabeleceu a vacina obrigatória. No dia marcado para o início da vacinação, a multidão foi para a rua, derrubou bondes, arrancou os trilhos, montou barricadas. As tropas da polícia tiveram de ser reforçadas. Depois de muitos combates, houve mortes e centenas de prisões.

Chibatas

No século XX, se um marinheiro cometesse uma falta o oficial poderia castigá-lo com chibatadas. O governo resolveu modernizar a marinha. Modernizar era comprar navios de guerra de última geração, encomendados em estaleiros ingleses. Canhões novos, mas chicotes tradicionais. Diante desse quadro opressor, os marinheiros se rebelaram. Assumiram o comando dos navios e ameaçaram bombardear os bairros elegantes do Rio, caso não fossem ouvidos. Na liderança, o cabo João Cândido, o Almirante Negro. O governo foi obrigado a negociar. Assim acabaram as chibatadas nos marinheiros do Brasil.

Sindicatos


Uma forma de luta operária utilizada no mundo inteiro é a greve. Os trabalhadores param de trabalhar enquanto o patrão não atender às reivindicações dos grevistas.
As greves geralmente eram organizadas pelos sindicatos. Na República Velha, foram fundados inúmeros sindicatos. Mas não era nada fácil organizar um sindicato, promover uma greve. O anarquismo foi muito importante no Brasil nos trinta primeiros anos do século XX. Os anarquistas organizaram os primeiros sindicatos e as primeiras greves do Brasil. Por isso, eram especialmente visados pela política. Eles também contribuíram para formar uma cultura operária bastante crítica. Foram os primeiros a defender a alimentação “natural”, a questionar a necessidade de as mulheres se casarem virgem e de obedecer ao marido. Eles também eram chamados de libertários.

O tenentismo

Os rebeldes mais entusiasmados eram os oficiais jovens, em geral tenentes. Os tenentes odiavam o Brasil dominado pelas oligarquias estaduais, pela fraude eleitoral, pelo atraso econômico, pelo coronelismo, pela Política do Café com Leite. O presidente Artur Bernardes era especialmente odiado. Havia um boato que ele tinha escrito cartas ofendendo os militares. Os tenentes ficaram furiosos. Militares do Forte Copacabana, no Rio de Janeiro, deram tiros de canhão contra quartéis. Mas eles não tinham tantos seguidores assim, ficaram isolados. Diante do fracasso, decidiram sair do quartel e caminhar pela rua da praia. Foi a célebre Marcha dos Dezoitos do Forte. Mais ou menos dezoito pessoas, a maioria militares. O resultado foi que apenas dois escaparam vivos.

Coluna Prestes

Foi no meio do mato que se encontraram as forças tenentistas que fugiam de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Formaram um pequeno exército de 1.500 homens. No comando militar, um jovem gaúcho, capitão do Exército, com idéias tenentistas: Luís Carlos Prestes. Fugindo das forças do governo, combatendo com táticas de guerrilha, o pequeno grupo recebeu o nome de Coluna Prestes. De 1924 a 1927, eles percorreram o Brasil de sul a norte. A maior marcha guerrilheira de toda a história humana! Depois de três anos de batalhas, os bravos guerreiros resolveram de exilar em países como a Bolívia e o Uruguai.

Curiosidade:

Filme : Guerra de Canudos



O filme conta a história da comunidade de Canudos, de Antônio Conselheiro e de seus seguidores. Estes fatos são vistos pela ótica de uma família, que tem opiniões conflitantes sobre Conselheiro. O filme conta com um ótimo elenco : José Wilker e Cláudia Abreu.









Livro: O negro da Chibata

O negro da Chibata, de Fernando Granato, narra a trajetória de João Cândido Felisberto, o Almirante Negro, que entrou para a história por liderar, em 1910, o levante armado dos marujos contra o uso de castigos físicos na Marinha brasileira. Herança militar portuguesa, os maus-tratos eram uma regra entre os navais. A Revolta da Chibata, observa o autor, é o resultado de uma consciência política até então desconhecida na classe operária do país.


Fonte:

• Livro: Nova história crítica - 8 ª série. Editora Nova Geração
• Site: http://www.objetiva.com.br/objetiva/cs/?q=node/715
• Site: http://www.wikipedia.com

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Grupo: Jeanine Costa, Gustavo Silva, Leonardo Rocha, Bernardo Feliciano e Felipe Dias.

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