domingo, 28 de junho de 2009

A Era do Populismo






Os efeitos da crise de 29

A crise Mundial que começou nos EUA atingiu o Brasil em cheio. O preço internacional do café despencou, muitos fazendeiros faliram e muitos empresários se arruinaram. Naquele momento terrível de crise, a Política do Café com Leite foi rompida.

O presidente da república, Washington Luís, era homem do Partido Republicano Paulista, o PRP, a força que organizava politicamente a oligarquia de São Paulo. Quando chegou perto das eleições, ele se negou a apoiar um candidato mineiro. Indicou o nome de Júlio Prestes.

Em resposta, os mineiros do PRM se juntaram à oligarquia gaúcha e formaram a Aliança Liberal para lançar a candidatura de Getulio Vargas à presidência. Getúlio foi militar, advogado e até mesmo ministro de Washington Luís.

A campanha eleitoral foi disputadíssima, mas como popularidade não ganhava eleição, no final ganhou quem manipulou mais: Júlio Prestes.

Nas cidades, a vida piorava. Muitos operários ficaram desempregados. Os sindicatos se agitavam. Os comunistas ganhavam mais adeptos. Nas grandes capitais, crescia o sentimento de oposição. Veio então a tragédia. João Pessoa, candidato a vice-presidência na chapa de Getúlio Vargas foi assassinado e muitas pessoas acreditaram que o crime ocorrera por motivos políticos nacionais.

Os líderes da aliança liberal aproveitaram o acontecimento para detonar a revolta contra o presidente. A Revolução de 30 triunfou e Getúlio Vargas se tornou chefe do país.



Uma Revolução

A partir de 1930, aconteceram mudanças significativas na sociedade brasileira. A autoridade do Estado foi ampliada, o governo passou a intervir fortemente na economia, a cafeicultura foi diminuindo sua importância enquanto a indústria continuava a crescer, a vida urbana foi se tornando cada vez mais destacada.

Outra mudança notável foi a preocupação do Estado em criar leis sociais e em buscar o apoio do proletariado.


O governo provisório (1930-1934)

Assim que Getúlio assumiu o poder, a Constituição da República Velha foi rasgada. Agora o que valia eram as ordens dele. O congresso Nacional estava fechado. Os governadores foram destruídos. No lugar deles Vargas nomeava interventores.

Em São Paulo, políticos e intelectuais se sentiram traídos. Queriam que houvesse imediatamente eleições para eleger uma Assembléia Constituinte. Para piorar as coisas, Getúlio nomeou um interventor que era odiado pela população e nem sequer era paulista.

As velhas oligarquias cafeeiras de São Paulo, ligadas ao PRP, aproveitaram sua insatisfação para apoiar o movimento. Queriam recuperar o poder que haviam perdido com a revolução de 1930. Até que o Estado de São Paulo declarou guerra ao governo de Getúlio. Desse modo eclodiu a Revolução Constitucionalista de São Paulo, em 1932. Mas São Paulo fiou isolado e os paulistas se renderam às tropas do governo federal.


O período liberal (1934-1937)

Vitorioso, o governo de Getúlio soube fazer concessões para os cafeicultores paulistas. Admitiu a eleição de uma Assembléia Constituinte.

A Constituição de 1934 era razoavelmente democrática. Estabelecia o equilíbrio dos três poderes, eleições diretas e secretas para presidentes e o voto feminino. Foram criados tribunais eleitorais para evitar as fraudes. Os estados continuavam com autonomia. Também foram incluídas algumas leis trabalhistas, o que mostra que a mentalidade do país estava mudando em relação aos direitos dos operários.


Fascistas e comunistas

No Brasil, na década de 30, também havia um partido fascista: a Ação Integralista Brasileira. Seu chefe, Plínio Salgado. Vestiam fardas verdes, seguiam o lema “Deus, pátria e família” e saudavam o chefe com o brado “Anauê!”.

Sonhavam com uma ditadura nacionalista que eliminasse os comunistas. Muitos padres aderiram ao integralismo crendo que só o fascismo preservaria a moral cristã no Brasil.

No início, Vargas mostrou alguma simpatia pelos integralistas. Vários de seus assessores eram simpatizantes do fascismo europeu.

Em resposta às nuvens verdes do integralismo e do getulismo, formou-se uma frente popular. Era a Aliança Nacional Libertadora, espécie de partido que unia comunistas, social-democratas e tenentes com idéias de esquerda.

A ANL não defendia o socialismo, mas propunha várias mudanças radicais para a época, como a reforma agrária.

Vargas percebeu que a ANL poderia incomodar. Então proibiu seu funcionamento. Os comunistas e os antigos tenentistas que aderiram a ANL concluíram então que só havia um jeito: derrubar o presidente à força. Foi tudo mal planejado. A revolta era da ANL, mas Getúlio achou melhor botar a culpa toda no PCB. Por isso, chamou a rebelião de Intentona Comunista de 35.

Depois da derrota da ANL, o Partido Comunista praticamente deixou de existir.


O golpe de 37 e o Estado Novo

De repente, o governo anunciou a descoberta de “um terrível complô comunista para tomar o poder”: o Pano Cohen. Na verdade, um plano forjado pelos integralistas com pleno conhecimento de Getúlio. Assim, ele cancelou as eleições e fechou o Congresso, além de criar uma nova constituição. Assim, não teve que passar por uma eleição direta para um novo presidente para seu lugar.

Era imposta mais uma ditadura.


A ditadura do Estado Novo

A Constituição de 1937 passava a valer. Bastante autoritária: o poder Executivo ficou superpoderoso e os estados perderam toda a autonomia diante do poder central (Rio de Janeiro). Não poderia haver partidos políticos nem Congresso Nacional. Os estados eram governados por interventores nomeados pos Getúlio. Não havia liberdade de expressão.


O getulismo na economia

A partir de Vargas, o Estado Brasileiro passou a investir fortemente na economia. O Estado continuou dando força para os latifundiários, mas a grande novidade era que o Estado passou a ter como um de seus objetivos básicos o apoio à industrialização.

Foram criadas as empresas estatais nos setores de indústria de base e de infra-estrutura.


O populismo varguista

A maneira de Getúlio Vargas governar chamava-se populismo. O populismo varguista também é chamado de trabalhismo.

Quando Vargas assumiu o poder, ele tinha um problema para resolver: com o aumento do número de indústrias, aumentava também o número de trabalhadores assalariados. Como fazer para que os operários não fizessem greves nem dessem ouvidos aos anarquistas e aos comunistas?

Getúlio reprimiu toda e qualquer greve e os sindicatos foram obrigados a se subordinar ao Ministério do Trabalho.

Vargas também propôs um pacto populista aos trabalhadores: os operários de propunham a trabalhar duro e não fazer greves nem protestar porque confiavam que o governo faria algumas leis de proteção social.

As leis trabalhistas de Getúlio ficaram célebres: a jornada de trabalho diária ficou reduzida a oito horas, proibiu-se empregar crianças com menos de 14 anos, os patrões foram obrigados a pagar o salário do mês de férias, institui-se o salário mínimo. Os velhos também ganharam proteção social do governo, que pagavam pensões aos aposentados. Mas é importante lembrar que as leis trabalhistas de Gatúlio só valiam para os trabalhadores urbanos.


A guerra e as mudanças

A Segunda Guerra Mundial mudou a face do mundo. O Brasil participou da guerra contra os países do Eixo (fascistas).

Terminado o conflito, a opinião pública brasileira rejeitava a ditadura do Estado Novo. Vargas acabou afastado do governo em 1945. O país se redemocratizava.





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