A descolonização da África e da Ásia
Nas décadas de 50 e 60 do século XX, a maioria das antigas colônias européias na África e na Ásia tornou-se independente. Mas ter governo próprio e participar da ONU nem sempre impediu que esses novos países continuassem subordinados à economia da antiga metrópole (ou seja, submetidos ao neocolonialismo).
A URSS apoiava essas colônias porque para cada país independente significava também a possibilidade de os países capitalistas ricos perderem o controle de uma parte significativa do planeta. Os EUA também apoiavam essas colônias, mas seus interesses eram outros, afinal de contas, os novos países abriam seus mercados para os produtos americanos.
A maioria dos novos países continuou dependendo da antiga metrópole: para exportar seus produtos, para importar tudo aquilo de que precisavam, para obter tecnologia e financiamento. No fundo, os laços coloniais na economia ainda não estavam totalmente rompidos.
Os não-alinhados
Em 1955, na Conferência de Bandung (cidade da Indonésia), reuniram-se dezenas de países da Ásia e da África. Esse encontro foi muito importante porque, pela primeira vez, afirmou-se oficialmente a existência do Terceiro Mundo.
Tal conceito se baseou no fato de que existiam dois blocos dominantes. O Primeiro Mundo, que era formado pelos países do bloco capitalista desenvolvido, e o Segundo Mundo, composto pelos países do bloco socialista desenvolvido. Os Países do Terceiro Mundo, ficaram sendo “o resto”. Um resto que engloba a maior parte da população mundial.
A maioria esmagadora dos países do Terceiro Mundo faz parte do mundo capitalista. Mas de um capitalismo pobre, raquítico, esfomeado. Um capitalismo que depende dos financiamentos, depende dos investimentos, depende da tecnologia. Por isso, alguns historiadores chamaram os países subdesenvolvidos de países dependentes.
A descolonização da África
As dificuldades no continente africano existiam nas décadas de 50 e 60 e existem até hoje. Na verdade, muitas delas têm sua origem na colonização européia. Os colonizadores europeus chegaram, por exemplo, a destruir a agricultura tradicional das comunidades africanas para impor o sistema de plantation. A independência não alterou esse quadro. A maioria das terras férteis continuou nas mãos da elite africana ou das multinacionais estrangeiras. Assim, em vez de alimentar o povo, a África produz para a exportação.
Quando os europeus colonizaram a África, dividiram os territórios sem levar em consideração os povos que lá viviam. Assim, povos que falavam idiomas e podiam até serem rivais foram reunidos. Depois que essas colônias ficaram independentes, as fronteiras traçadas foram mantidas. Quem iria governar? Se o presidente fosse de uma etnia, as outras iriam se sentir descriminadas. O resultado só podia ser a briga. E é por esse motivo que de vez em quando há um golpe de Estado, uma guerra civil.
A África do Sul foi colonizada por holandeses e ingleses. No século XX, quando o país ficou independente, o poder continuou na mão dos brancos descendentes de europeus. Só eles tinham direito de votar. Os governantes eram todos brancos.
Havia um regime oficial de discriminação racial, o chamado apartheid. Pela lei, os negros tinham que viver em áreas diferentes dos brancos.
O grande partido político de oposição ao apartheid era o CNA (Congresso Nacional Africano). Sua existência era ilegal e seu líder era Nélson Mandela.
Os EUA e a Inglaterra defendiam de todas as maneiras, a África do Sul e seu governo racista. Ora, eles morriam de medo de que o fim do apartheid fosse o começo do socialismo.
Quando a URSS deixou de existir, os EUA não precisaram mais temer que a África do Sul tivesse um governo com participação dos comunistas. Então, os norte-americanos apoiaram as pressões mundiais contra o apartheid, que afinal teve seu fim.
A independência da Índia
A Índia foi a mais rica colônia da Inglaterra. Mas a exploração colonial reduziu milhões de indianos à miséria.
O processo de independência foi liderado pelo Partido do Congresso, dirigido por Jawaharlal Nehru. Esse partido tinha idéias nacionalistas e democráticas.
Mas a independência da Índia não teria acontecido sem os grandiosos protestos pacíficos de milhões de indianos liderados por Mahatma Gandhi. Nada podia ser feito diante da força e da vontade das massas. Assim, em
A revolução Socialista na China
No século XIX, a China foi ocupada pelos países imperialistas. O país foi transformado num formigueiro humano de famintos.
No alvorecer do século XX, as coisas começaram a mudar. Em 1911, nacionalistas chineses, liderados por Sun Yat-sem, chefiaram uma revolta que derrubou o imperador e proclamou a república. Sun assumiu o poder, mas em 1925 ele morreu e Chiang Kai-shek entrou em seu lugar. O novo governante chinês aproximou-se dos países ocidentais pois precisava de segurança para garantir seu domínio político sobre toda a China.
Mas Chiang Kai-shek tinha agora um rival a enfrentar, o Partido Comunista da China, fundado em 1921, liderado por Mao Tsé-tung. Depois de mais de duzentos combates, enfrentando o deserto, a neve e a floresta, os sobreviventes chegaram ao noroeste da China, praticamente inacessível ao inimigo.
A Segunda Guerra Mundial tinha começado mais cedo para os chineses. Desde 1937 que o Japão havia lhes declarado guerra total para submeter o país. Para enfrentar o inimigo e o PCC acertaram uma trégua. A liderança da luta patriótica contra os japoneses passou para Mao Tsé-tung e o PCC.
Quando a Segunda Guerra acabou, os guerreiros de Mão Tse-tung formaram um poderoso Exército Vermelho. A revolução de 1949 abriu caminho para o desfile triunfal dos comunistas em Pequim.
Socialismo na China
De início, o novo governador comunista aceitou a existência dos pequenos empresários. Nessa primeira etapa da revolução, chamada de Nova Democracia, as grandes e médias propriedades rurais foram confiscadas pelo Estado e entregue aos camponeses. Também foi organizado um gigantesco movimento de educação popular, que alfabetizou dezenas de milhões de adultos. As mulheres, que até então eram tratadas como servas domésticas, ganharam igualdade de direitos com os homens.
Em 1953, todas as empresas, bancos e indústrias passaram para o controle do Estado. A China se tornava um país socialista que seguia o modelo soviético, com o apoio total à indústria pesada e à economia dirigida por Planos Qüinqüenais.
De
URSS X China
A China não aceitava mais que os soviéticos determinassem como deveria ser construído o socialismo. Além disso, a URSS de Kruschev defendia a “coexistência pacífica com o capitalismo” coisa que os chineses rejeitavam.
A separação foi dura. Um país acusava o outro de haver “traído o socialismo”. Romperam relações e quase chegaram à guerra.
Os problemas do Oriente Médio
No Oriente Médio estão alguns dos maiores produtores mundiais de petróleo. Portanto, as grandes empresas multinacionais precisam de governos “confiáveis” na região que garantam o fornecimento de petróleo. Outro ponto de complicação é o canal de Suez, por onde os grandes navios cortam caminho, passando pelo mas Mediterrâneo ao oceano índico. Quem controlar o canal Suez poderá dar muita dor de cabeça aos interesses dos países capitalistas desenvolvidos. Outro problema, ainda, é que os países árabes não aceitaram a criação do Estado de Israel e promoveram guerras para destruí-lo. Para piorar a situação, o povo palestino enfrenta Israel para ter o direito de construir seu próprio Estado Nacional.
Exite um livro que fala sobre o Terceiro Mundo. Seu nome é "A Descolonização da Ásia e da África", publicado pela Atual Editora e escrito por Letícia Bicalho Canêdo.
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