domingo, 1 de novembro de 2009

Ditadura Militar




Os presidentes eram generais escolhidos por uma junta de comandantes das Forças Armadas. O governo perseguia os opositores. As principais decisões eram tomadas tanto por militares quanto por civis. Toda vez que alguma decisão importante ia ser tomada na área econômica, os ministros procuraram ouvir os principais empresários. As greves estavam proibidas.

Atos Institucionais

Eram medidas autoritárias tomadas desde os primeiros dias do golpe. Desse modo, estabeleceu que o presidente da República, os governadores dos estados e os prefeitos das capitais passavam a ser “eleitos” indiretamente. Com os AI-s, também dissolveu-se todos os partidos políticos, reabriu o processo de punição aos adversários do regime e ficou decretado que o presidente podia intervir nos estados e decretar o recesso do Congresso.

AI-5

O célebre Ato Institucional nº5 foi decretado por Costa e Silva e era uma espécie de “lei” que dava poderes totais ao general presidente para fechar o congresso nacional por tempo indeterminado, suspender direitos políticos e suspender garantias legais. É chamado “golpe dentro do golpe”.

Movimentos de Oposição

Em 1967 e 1968, a oposição se manifestou através das greves operarias, em Osasco e Contagem, e através das grandes passeatas de estudantes. Depois do AI-5 veio outra forma de resistência ao regime: a luta guerrilheira. A partir de 1975, a luta popular se baseou na mobilização da sociedade civil.

Governo Castello Branco

Era totalmente autoritário e perseguia seus opositores. As ligas camponesas foram proibidas e a imprensa ficou sob a censura. Para “ajustar” a economia, o ministro Roberto Campos elaborou um plano no qual os salários aumentavam menos do que os preços. A inflação caiu, mas os salários também. Foram decretados atos institucionais e os antigos partidos foram extintos. Só podiam existir a ARENA e o MDB ( oposição).

Costa e Silva

O Governo de Costa e Silva foi marcado por passeatas operarias e estudantis aonde a oposição manifestava sua insatisfação. Através do AI-5 mostrou seu autoritarismo.

Emílio Médici

Foi durante o governo de Emílio Médici que aconteceu o grande período das guerrilhas. Os guerrilheiros eram presos e torturados. Apesar da crise política, o país vivia a euforia de um extraordinário crescimento e modernização da economia. Para acelerar o crescimento, ampliavam-se ou criavam-se novas empresas estatais. Empresas estrangeiras recebiam incentivos do governo para investir no país. Mas o Brasil vivia o arrocho salarial (a economia crescia, mas os salários não aumentavam na mesma proporção). Com os sindicatos vigiados pelo governo e as greves proibidas, os trabalhadores pouco podiam fazer para defender seus salários. Foram realizadas obras sem utilidade nenhuma. O governo pedia dinheiro estrangeiro emprestado e assim a divida externa aumentava e para piorar, a crise economia mundial afetou bastante o Brasil.

Governo Geisel

Geisel assumiu o governo quando o país sentia os efeitos da crise. O “milagre” chegou ao fim. A economia já não crescia tanto. Geisel criou o programa nacional do álcool, o próalcool e o projeto nuclear. Ele organizou planos de desenvolvimento da indústria e da agricultura. Esse esforço do governo Geisel de continuar dinamizando a economia, não incluía uma política de distribuição de renda. Para vitaminar a o crescimento da economia, o governo pediu mais dinheiro emprestado e emitiu mais papel-moeda, causando assim, aumento da divida externa e inflação.

Novo Sindicalismo

O modelo econômico da ditadura entrava em crise evidente no final dos anos 1970, e as dissidências cresciam no interior do próprio bloco no poder. Os governos militares iniciaram então uma transição lenta e gradual para a volta dos civis ao poder.

A Abertura Política

A idéia era abrandar o regime, permitir algumas pequenas liberdades e retirar os militares do governo. A retirada deveria ser lenta, totalmente controlada.

Governo Figueiredo

Quando assumiu o governo, a situação econômica do país já era catastrófica. Figueiredo falava em abertura política. A censura foi abrandada. O governo decretou a lei da Anistia (perdão a todos presos políticos). Também foi decretado que a Arena e o MDB não poderiam mais existir. Foram criados outros partidos como o PDS, o PMDB, o PDT e o PT.

Diretas-Já

Foi o maior movimento popular de toda a historia do Brasil. Passeatas, shows musicais, debates, panfletagens, tudo era feito para esclarecer as pessoas e unir a população em torno do grande ideal: conquistar o direito básico de escolher o presidente.



sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Os anos 70




O Brasil nos anos 70
Em 1970, a seleção mundial de futebol ganhou o tricampeonato. A ditadura estava no seu auge: centenas de opositores do regime foram presos, submetidos a sessões de tortura e mortos.
Durante algum tempo, a economia brasileira conheceu o crescimento e a modernização. Mas a partir de 1973, a crise mundial atingiu o Brasil. A vida da classe trabalhadora foi ficando cada vez mais difícil por causa dos baixos salários. A ditadura estava com seus dias contados.

O Estado de bem-estar-social
Depois da Segunda Guerra, os partidos social-democratas da Europa Ocidental romperam totalmente com as idéias de Karl Max. Passaram a aceitar o capitalismo, mas com menores desigualdades sociais e com um Estado democrático assistindo os mais necessitados. Os governos SD adotavam idéias como a forte intervenção do Estado sobre a economia, preocupação com obras sociais, cobrar impostos dos ricos e utilizar o dinheiro para ajudar os pobres. O número de miseráveis reduziu bastante e as diferenças entre ricos e pobres diminuiu bastante.

Nixon: ascensão e queda
Richard Nixon foi presidente dos EUA e agradou aos norte-americanos por causa de sua política externa. Nixon assinou com Brejnev (dirigente soviético) alguns acordos de limitação de aramas nucleares. Era o inicio da chamada détente.
Mas a carreira do presidente chegou ao fim quando descobriram que Nixon estava utilizando agentes secretos para espionar o partido da oposição. De acordo com a Constituição, suficiente para o presidente perder seu cargo. Foi o chamado escândalo Watergate. Nixon renunciou e seu vice, Gerald Ford, assumiu.

Os anos Carter
Jimmy Carter pertencia ao Partido Democrata e foi presidente dos EUA de 1976 a 1980. Tinha propostas políticas consideradas liberais.
Dois fatos importantes abalaram o governo Carter. O primeiro foi a Revolução Iraquiana de 1978. Uma gigantesca revolta do povo do Irã levou à derrubada do governo do xá (rei) Reza Pahlevi, um fiel aliado dos EUA. Com o novo governante, as empresas petrolíferas americanas foram nacionalizadas.
O outro fato que abalou o governo Carter foi a Revolução Sandinista na Nicarágua . o novo governo nicaragüense tinha o apoio da URSS e de Cuba. Os americanos ficaram apavorados com a possibilidade de nascer ali uma nova Cuba e culparam Carter por isso.

O fim das ditaduras na Europa Ocidental
Os problemas econômicos, agravados pela crise, e a insatisfação do povo com a existência de ditaduras no meio de uma Europa Ocidental livre e democrática preparam a morte desses regimes.
Desde os anos 20, Portugal era governado pelo ditador Salazar, um governo muito parecido com o fascismo. Em 1968, Salazar passou o poder para Marcelo Caetano. O que esses ditadores conseguiram foi transformar Portugal no país economicamente mais atrasado da Europa Ocidental. Até que os jovens capitães do exercito, seguindo as idéias democráticas, deram inicio à revolta popular contra o regime salazarista.
Na Espanha, quem mandava era o general Franco (comandante fascista que venceu a Guerra Civil em 1939). Foi ditador até o ultimo de seus dias, mas preparou a transição política. Ela ocorreu após sua morte, quando foi coroado o rei Juan Carlos, que promoveu a gradual abertura política. A Espanha se tornou uma democracia parlamentar. Em 1982, os socialistas venceram as eleições e colocaram Felipe González como primeiro-ministro. Começava um período de modernização econômica e social.

A estagnação da URSS
No tempo de Stálin, a URSS tinha conhecido um desenvolvimento econômico espetacular. Durante o governo de Kruschev, o crescimento ainda era grande, embora não tão vigoroso. Mas o período de Brejnev ficou conhecido como os anos da estagnação. A economia soviética crescia cada vez menos. A tecnologia industrial também ficava cada vez mais atrasada. Muitas pessoas acreditavam que “a culpa de tudo” estava no regime socialista.




Latino-América das ditaduras
No Chile, o presidente socialista Salvador Allende tinha sido derrubado pelo exército, comandado pelo general Pinochet.
Em 1973, os militares uruguaios também deram um golpe e implantaram um regima ditatorial.
As ditaduras militares latino-americanas apresentaram importantes semelhanças, como por exemplo a repressão política.

Os Anos Rebeldes






A revolução dos jovens


A década de 60 viveu o grande sonho de que o mundo poderia mudar para melhor. E o sonho de que essa mudança teria que partir de quem tivesse entre 13 e 30 anos de idade. Acreditando nisso, os jovens participaram da luta pelas mudanças políticas e culturais com uma intensidade nunca vista antes na história da humanidade. Realmente, parecia que, de estalo, rapazes e moças passaram a criar tantos valores novos, tantas idéias frescas, que o mundo iria virar de cabeça para baixo. E virar para uma coisa legal. O poder jovem foi a maravilhosa utopia dos anos 60.



Jovens americanos e Guerra do Vietnã


O Vietnã é um país asiático que fazia parte da antiga Indochina, colônia francesa. Havia um acordo para que se realizassem eleições gerais no país. Mas o governo americano descobriu que elas dariam vitória certa aos comunistas. Por isso, os EUA resolveram intervir diretamente no país. As eleições foram canceladas e se estabeleceu uma ditadura militar no Vietnã do Sul.

A partir dos anos 60, os EUA foram enviando cada vez mais soldados para o Vietnã. Nos EUA, multidões gigantescas fizeram passeatas contra a Guerra. Queriam que as tropas americanas se retirassem de lá.

Morreram milhares de vitcongues, mas, eles não se renderam. Finalmente, em 1975, os EUA reconheceram a impossibilidade de ganhar o conflito e se retiraram. O sofrimento no Vietnã marcaria uma geração inteira de norte-americanos. E marca até hoje o povo vietnamita.


Os negros vão à luta


Dentro dos EUA também havia uma guerra: a dos brancos agredindo os negros. Nos anos 60, cresceu o número de negros com a consciência de lutar por seus direitos civis. Um dos grandes heróis do movimento, o pastor Martin Luther King, defendia boicote às empresas racistas e a desobediência civil.

Havia outros negros que acreditavam que só havia um jeito de acabar com o preconceito dos brancos: organizar a luta armada. Formou-se o grupo guerrilheiro Panteras Negras, liderado por Malcom X.


URSS: Kruschev contra Stálin

Depois que Stálin desapareceu, a URSS deu uma virada espetacular. O novo dirigente soviético, Nikita Kruschev, fez um celebra discurso no XX Congresso do PC da URSS em que denunciava os crimes de Stálin. A partir daí, a URSS viveu um processo de desestalinização: presos políticos foram soltos, a censura à imprensa foi abrandada, a repressão diminuiu.

No começo dos anos 60, a Guerra Fria não havia acabado mas ao menos existia um clima de “cavalheirismo” nas relações entre os EUA e a URSS.


A Revolução Cultural Chinesa

No começo dos anos 60 os dois gigantes comunistas, a URSS e a China, romperam. A Revolução Cultural foi uma experiência socialista muito original, queriam se libertar da antiga cultura influenciada pela URSS. Em todos os lugares falava-se da luta contra os quatro velhos: velhos hábitos, velha cultura, velhas idéias, velhos costumes.

No começo, o presidente Mão Tsé-tung foi o grande incentivador da mobilização da juventude a favor da Revolução Cultural. Milhões de jovens formaram a Guarda Vermelha, militantes totalmente dedicados à luta pelas mudanças.

Durante a Revolução, houve um reforço da igualdade social.


A Primavera de Praga

Na Tchecoslováquia o próprio Partido Comunista, liderado por Alexandre Dubcek, encabeçou as reformas. A idéia era construir o chamado socialismo com face humana. Esse processo de mudanças caracterizou a Primavera de Praga.


Paris 1968: é proibido proibir

Em 1968 houve uma rebelião estudantil mundial. A maior das revoltas estudantis ocorreu em Paris, a capital francesa. Milhares de jovens se levantaram contra os poderosos. Nos muros, pichações revolucionárias com tinta spray, que inspiravam o resto do mundo. Diziam assim: é proibido proibir; a imaginação no poder; o sol nasce vermelho para todos; entre outras.

A Universidade de Sorbone foi ocupada. Os universitários hastearam bandeiras vermelhas (socialistas) e negras (anarquistas). O presidente Charles de Gaulle não sabia o que fazer. Parecia ter perdido o poder do país.


Mudar o cotidiano

Os jovens gostavam de mostrar que eram rebeldes que contestavam todos os valores estabelecidos. Os homens começaram a usar cabelos compridos, enquanto as moças usavam minissaias.

Foi a década da explosão do feminismo. As mulheres tomavam plena consciência de que não eram inferiores em nada aos homens e que, portanto deveriam ter os mesmos direitos ao trabalho e ao estudo.

Nos anos 60 deu-se muito valor à sexualidade. Foi a década do amor livre e da libertação sexual. As pílulas anticoncepcionais passaram a ser vendidas em qualquer farmácia, o que contribuiu para o novo comportamento.

Timidamente, começou também o movimento gay. Surgiram as primeiras passeatas de “orgulho gay”.


Rebeldes no Brasil

Em 1967 e 1968 nos grandes centros urbanos aconteceram grandes passeatas de protesto de estudantes contra o regime autoritário dos generais. Em geral, os jovens eram universitários e de classe média.


O sonho acabou

Malcom X e Martin Luther King, os líderes do movimento negro dos EUA, foram assassinados. Dizem que até pelo FBI.

Muitos jovens acreditavam que as drogas podiam ser libertadoras. Mas não foi nada disso que aconteceu. As drogas serviram para levar as pessoas a ignorar o mundo numa atitude egoísta de só olhar para si mesmo e para o seu próprio prazer. Além disso, as drogas mataram (e matam) inúmeras pessoas.

Na URSS, Kruschev foi afastado do poder pelos burocratas neo-stalinistas. As reformas democráticas foram interrompidas.

Na China, a Revolução Cultural foi gradualmente controlada pelos burocratas do partido. Os comunistas chineses mostravam o velho pavor stalinista da autonomia das massas. Temiam perder o controle dos jovens e dos operários.

No Brasil, as passeatas estudantis foram totalmente proibidas a partir do final de 1968, quando o regime militar se tornou politicamente mais repressor ainda.

A onda renovadora foi até o começo dos anos 70. Depois, o sistema conseguiu absorver a rebeldia. As moças libertárias jogaram fora os discos de Rolling Stones, casaram-se e tornaram-se pacatas donas de casa, preocupadas com a novela de tevê e a compra da semana. Os moços botaram de lado os livros de Trotski, atiraram na lata de lixo o pôster de CheGuevara e cortaram as barbas e os cabelos.

De Juscelino ao golpe de 64.



O Golpe de 64 tem características muito claras que não podemos embaralhar. Foi um golpe de direita, a serviço exclusivo da burguesia nacional e internacional. Um golpe que estava em gestação há dez anos e, quando veio, não teve resistência imediata.
Na ocasião dos 40 anos deste golpe veio à luz uma onda que já estava na boca dos golpistas desde 64. No Rio, em vários debates, timidamente, se tentou vender gato por lebre, num processo de total falsificação histórica. Começou-se a falar que os militares teriam dado um contragolpe. Algo como um golpe preventivo. Se não tivesse vindo aquele golpe de direita, teria vindo outro, de esquerda. Afinal, nesta linha de raciocínio, aquele foi um golpe legítimo... Ou, poderíamos dizer, necessário.
Ao ler estas novas-velhas teses não dá para não pensar nos que na Alemanha, hoje, negam o holocausto de Hitler. A história de milhões de judeus e centenas de milhares de comunistas exterminados nos campos de concentração não passaria de fantasias doentias. Ao escutar falar de contragolpe, ou de golpe preventivo, a comparação com a negação do holocausto me veio automaticamente à cabeça. Nesse caso, estas afirmações têm uma claríssima explicação ideológica: justificar o nazismo. Para isto é preciso embaralhar a verdade e fazer esquecer tudo.
O mesmo acontece com a conversa do contragolpe. Nesta afirmação não há nada de histórico, a não ser uma profunda falsificação, apoiada na falta de memória de muitos. Ela se baseia na visão absolutamente ideológica de que direita e esquerda são a mesma coisa. Quase como se dissesse: “Afinal, somos todos iguais. Precisamos ser realistas... a luta de classes acabou, a história acabou. E, desculpem alguma coisa, vamos viver em paz com o capitalismo neoliberal”.
Para os mudaram de lado, se arrependeram de seu passado de esquerda e precisam se justificar, a teoria do contragolpe e do golpe preventivo cai como uma luva. Camufla seu arrependimento.

Um discurso ótimo para limpar a barra da direita

Além de servir para os arrependidos da esquerda, este discurso serve também a toda a mídia que em 64 estava invocando o golpe. Os jornalões hoje se sentiriam incomodados se tivessem de publicar as suas manchetes daqueles dias que antecederam o golpe. Mino Carta, Raimundo Pereira, Heitor Cony e todos os outros que se prezam pela verdade e pela memória são unânimes em afirmar que toda a mídia de 64, menos o jornal Última Hora apoiou o golpe.
O Globo, especificamente, precisava, nestas comemorações de 64, apagar da história seu papel, não só de apoiador, mas de articulador ativo da Ditadura. Fazer esquecer que seu dono, o senhor Roberto Marinho, em 1937, apoiou o golpe fascista de Vargas e, em seguida, se ofereceu como voluntário para atuar no Conselho do DIP, órgão de propaganda e responsável pela censura, durante o Estado Novo.
As organizações Globo gostariam que ninguém se lembrasse da história, eternamente muito mal explicada, do nascimento da Rede Globo, em 65, fruto dos acordos com o grupo norte-americano Time-Life. Eles precisavam fazer esquecer os 20 anos durante os quais sempre defendeu o Regime Militar, até o dia 25 de janeiro de 1984. Neste dias, com 300 mil pessoas na Praça da Sé, em São Paulo, exigindo Diretas-já, a rede nascida logo após o Golpe continuava negando que existisse ditadura no Brasil. Naquela noite, ainda, noticiou que aquele pessoal estava lá... para comemorar a festa da cidade! Nada de eleições diretas.
Esta manobra atual, de encobrimento da verdade sobre o Golpe de 64, serve para a Globo transformar o golpista Marinho num democrata, o santo Roberto Marinho, patrono da democracia, no Brasil. Dar ênfase a esta discussão serve maravilhosamente para seus objetivos. Foi neste sentido, que no dia 23 de março, O Globo saiu às bancas com uma manchete que mal disfarçava sua felicidade: “Disposição golpista da esquerda divide opiniões”. Pronto, está aí o fato consumado. A “disposição golpista da esquerda” existia, em 64, e ponto final.
Assim esta historinha do golpe preventivo serve muito bem para resolver os problema de consciência dos arrependidos de esquerda e para garantir Ibope e financiamento públicos para o Globo e outros jornais parecidos.

É preciso responder a esta armação ideológica com os fatos
História é antes de tudo rememorar fatos e seu contexto. Vamos enumerar alguns blocos de fatos que nos ajudam a desmascarar esta conversa de arrependidos de esquerda e de aproveitadores de direita.

Primeiro fato: Este golpe estava sendo preparado há 10 anos
Desde maio de 1954, quando o ministro do Trabalho de Vargas, João Goulart, propôs 100% de aumento no salário mínimo, começou a se sentir cheiro de golpe no ar. Este foi tentado em agosto, antes e depois da morte de Vargas. Foi retomado antes da posse de Juscelino, em 1955, e na renúncia de Jânio Quadros, em 1961.
A direita não admitia qualquer política minimamente nacionalista e que vislumbrasse alguma medida mais popular. Esta, completamente ligada ao projeto imperialista norte-americano, queria se livrar do nacional-desenvolvimentismo de Vargas, de Juscelino e depois de Goulart.
Como a pregação golpista não estava ainda madura, a direita, capitaneada pela grande maioria dos empresários, e pelos militares doutrinados no anticomunismo norte-americano, adiou o golpe por alguns anos.
Três meses após a conturbada posse de Goulart foi registrado o estatuto do Instituto de Pesquisa e Estudos Sócio-econômicos (IPÊS). Este aparelho político-ideológico foi o grande articulador e formador da opinião pública no caminho da ditadura. Produziu milhões de exemplares de livros, influenciava centenas de jornais, programas de rádio e TV. Produzia cartilhas, panfletos, jornais aos milhões e promovia milhares de conferências. Tudo para levantar o espantalho do “comunismo ateu” que estaria prestes a tomar conta do Brasil.
O IPES, de 62 a 64, além de dezenas de outros instrumentos de disputa ideológica, produziu dezenas de filmes com duração de 10 minutos no máximo cada um, para fazer projetar nas mais de 3000 salas do país. Além disso, eram projetados em salas paroquiais, fábricas, clubes como o Rotary e o Lions, no Sesi, Sesc e Senac, em praças públicas e em fazendas. Esses filmetes, muito bem feitos, eram uma grande arma para condicionar milhões de cabeças sobre a necessidade do golpe. A televisão estava ainda no começo.
O golpe era, assim, programado nos quartéis, na Embaixada Americana, nas organizações empresariais, na maioria das igrejas com padres reacionários, nos aparelhões controlados pela burguesia, como o Sesi, o Sesc, o Senac, nas rádios e televisões e na imprensa.
É importante destacar este fato para reforçar a visão de que o golpe que implantou a ditadura não foi só militar. Ao contrário. Foi civil-militar. Ou seja, o pensamento hegemônico na época era a favor do golpe, criado por uma hábil orquestração político-ideológica baseada no espantalho do comunismo e garantido pela violência das armas.
Ou seja, o golpe da direita não foi para evitar um fantasioso golpe da esquerda. A direita estava decididíssima a acabar com a democracia para conservar seus privilégios seculares. A direita não admitia que nas ruas se discutissem temas como a Reforma Agrária, e as outras reformas de caráter popular. Não admitia nenhuma contestação à sua dominação que vinha desde Álvares Cabral.
Por isso, ela acabaria com esse tipo de democracia de qualquer jeito. A burguesia brasileira, junto com o imperialismo norte-americano, planejava este golpe havia anos. O objetivo de garantir uma nova fase de expansão do capital, intimamente dependente do capital internacional, exigia uma ditadura. Exigia de acabar com as reivindicações econômicas e políticas de milhões de brasileiros em rápida fase de politização, devido ao clima mundial.
Quando o empresariado, com a cúpula militar, resolveu pôr os tanques nas ruas, encontrou do seu lado toda a mídia, a maioria da classe média assustada pelo fantasma de o Brasil se tornar uma grande Cuba, quase toda a hierarquia da Igreja Católica, e um bando de sindicalistas vendidos e treinados pelo sindicalismo ianque. Assim, ao Comício da Central, no Rio, que reuniu umas 200 mil pessoas exigindo Reformas Populares, a direita respondeu com a Marcha com Deus pela Família e pela Liberdade 600 mil, em São Paulo, encabeçada pela estátua de Nossa Senhora de Fátima.
Depois disso, hoje, ouvir dizer que o golpe veio como reação a provocações imediatas da esquerda é uma piada cínica.

Segundo fato: A esquerda não queria dar golpe nenhum

Quem hoje quer rever a história e afirmar que a esquerda estava preparando o golpe está mentindo descaradamente. O PCB, única força real de esquerda com inserção nacional, não sonhava com nenhuma revolução socialista desde a mudança de sua linha política, em 1958. Seu sonho era uma chamada revolução democrático-burguesa, liderada pela burguesia nacional. A palavra revolução era usada nas discussões internas do Partido, em contraposição à Revolução socialista. Esta estava fora de cogitação, e a proposta do PCB era que o País estava pronto para a etapa da “Revolução democrática burguesa”. Não havia projeto nenhum de tomada de poder. Além do mais, o equilíbrio geopolítico mundial, implantado desde os acordos de Ialta, não admitia esta hipótese.
Havia uma mobilização popular parcial para exigir mudanças mínimas, como as reformas de base. Tratava-se de reformar e não revolucionar a sociedade. Mas para a burguesia brasileira, acostumada à escravidão, qualquer passo democratizante era um crime passível de pelourinho. E o pelourinho viria em forma de uma ditadura militar.
Por parte da esquerda, muitas “bravatas”, como se diz hoje.
Líderes sindicais, como o ferroviário paulista Martinelli, acreditavam que “era só o CGT estalar os dedos que o Brasil parava”. Todo mundo falava do famoso “dispositivo militar” de João Goulart. Havia quem acreditasse em bobagens, citadas por Denys Moraes, como aquela dita pelo Almirante Aragão, o “almirante vermelho”, que chegou a afirmar que, se viesse o golpe “em meia hora eu tomo a cidade e arraso o Palácio da Guanabara”. Ou fanfarronices como a de Prestes, no dia 27 de março, na sede da ABI, sempre no Rio, que afirmou que, “se viesse o golpe, os golpistas teriam suas cabeças cortadas”. Havia muitos outros delírios, como as fantasias de Brizola com seus “Grupos do Onze”.
Todas estas palavras ao vento eram fruto do clima de revolucionarismo produzido pela Revolução Cubana e pela Revolução Chinesa que não tinham nenhuma base real.
O que importa, nesta análise é que não havia nenhuma disposição da esquerda de dar um golpe. De fazer uma revolução. De cortar cabeças.

Terceiro fato: O Golpe Militar não teve resistência

A falsificação dos fatos sobre o Golpe de 64 se baseia no mito que a esquerda estava pronta para dar o seu golpe. Este raciocínio é essencial para quem quer plantar a idéia que o golpe militar foi um contra-golpe, ou, como dizem, um golpe preventivo. Mas os fatos apontam em direção oposta. Se esta esquerda fosse tão forte para dar o golpe, porque não resistiu?
Que esquerda pronta para dar o golpe era esta, se quando a direita veio com seus tanques, não teve um só tiro. Não deu um tiro de festim sequer. Cadê o perigo da esquerda que exigiu um golpe preventivo?
A ilusão dos discursos inflamados de antes do 31 de março fica escancarada quando se descobre que não houve nenhuma greve para se opor aos golpistas. Houve uma parada de uma meia hora na Estrada de Ferro Leopoldina, no Rio, graças à liderança carismática de Batistinha. Uma meia hora de tentativa de parada na Cosipa, em Santos. Há quem afirme que algumas agências bancárias, no Rio, teriam parado, mas não há confirmação nenhuma do fato.
A pergunta martelou a cabeça de milhares de militantes da época. Porque não houve resistência? A pergunta persiste até hoje. Será que é um problema de DNA do brasileiro? Esta pergunta se torna torturante ao ver, poucos anos depois, a resistência ao golpe militar, no Chile, na Argentina e no Uruguai. No Chile, Pinochet teve que mandar bombardear fábricas, como foi o caso da Miramar, uma confecção na periferia de Santiago. Morreram todos os mais de 400 operários e operárias. Na Argentina, dezenas de Comissões de Fábrica, inteiras, foram fuziladas e jogadas nas cisternas das empresas, porque estavam resistindo ao golpe.
E, no Brasil, porque não se resistiu? Não se podem dar explicações simplórias. A explicação da não existência de uma greve contra o golpe deve ser procurada em causas mais profundas. Uma delas é a prática cupulista, própria do CGT. Outra pode ser procurada no atrelamento à estrutura sindical oficial que gera um sindicalismo sem enraizamento na base. Outra pode ser a ilusão da esquerda ser tão forte ao ponto de a direita não se atrever a dar seu golpe.
Mas, sejam quais forem as explicações o fato está aí e nega totalmente a mentira que a esquerda estava planejando um golpe, o que teria levado a direita a dar o seu golpe preventivo. Todos sabemos que no decorrer da ditadura houve uma resistência heróica. Nasceram muitos grupos revolucionários que lutaram contra a ditadura e por uma sociedade socialista. Vários destes grupos lutaram de armas na mão. Houve todo tipo de lutas: manifestações, seqüestros, greves, expropriações bancárias e ocupações de estações de rádio. E a Ditadura continuou tratando qualquer contestação às suas vontades com torturas generalizadas, assassinatos e exílios. Mas, nos dias do golpe?

Quarto fato: A esquerda não cortaria cabeças

Aqui, os arrependidos perpetram uma falsificação histórica total. Já vimos de onde saiu a frase bombástica e totalmente vazia de que “os golpistas teriam suas cabeças cortadas”. Nos debates, sobretudo no Rio, na tentativa de turvar as águas foram usados argumentos falsos politicamente e historicamente.
Procurou-se fazer esquecer que os grupos armados se formaram depois do terror da Ditadura ter provocado esta reação. Em 64, o PCB não apoiava a luta armada e nem corte de cabeças. Havia pouquíssimos e reduzidos núcleos mais radicais que podia pensar em violência revolucionária. Os grupos armados de Mariguella, Lamarca, e todos os outros nasceram em plena Ditadura, nos anos 66-68. Foi uma reação ao fechamento dos sindicatos, da repressão às Ligas Camponesas, da repressão aos estudantes, das mortes provocadas pela repressão, nas manifestações de rua e nos porões da Ditadura.
Então o golpe da direita não foi dado para se adiantar às ações destes grupos armados. Eles são posteriores e não anteriores ao Golpe.

A falsificação total: a esquerda lutou pela democracia, sim

Mas, o que aumenta a falsificação histórica neste argumento é que a esquerda que resistiu ao golpe, a partir da sua implantação, não queria democracia, pois... ela, por definição seria antidemocrática. Este argumento joga lama nos milhares de combatentes pelo fim da Ditadura. Queria-se o fim da Ditadura, sim. Esta era a palavra de ordem que unificava todas as lutas. Unificava muitos que antes do golpe eram a favor do mesmo e os que sempre se opuseram às articulações golpistas.Unificava democratas, democratas socialistas e democratas comunistas.
Certamente entre os lutadores contra a Ditadura havia os que simplesmente queriam a volta de um regime democrático, como o de antes do golpe, e havia os que lutavam pelo fim da ditadura e por um Brasil Socialista. Mas o que esta acusação que a esquerda não queria a democracia, é uma visão ideológica, hoje facilmente na moda, de que a esquerda essencialmente é antidemocrática.
Este raciocínio, de novo de contrabando, quer colocar outra discussão, nem que para isso tenha que se falsificar a história.

Em síntese, reafirmamos que o golpe de 64, foi:

* Um golpe de direita, preparado durante uma década.
* Um golpe organizado pelo capital nacional e internacional para garantir uma safra de lucros fáceis, nos anos futuros.
* Um golpe dado e garantido pela força militar, mas com a adesão, nos primeiros anos, da maioria da sociedade civil.
* Um golpe que não teve resistência, pelos erros da política da esquerda nos anos anteriores ao mesmo. Um golpe que implantou uma ditadura sangrenta desejada, financiada e apoiada até o fim, pela burguesia, que a contragosto aceitou o fim da sua ditadura.


Querer distorcer os fatos é prestar um desserviço à história e à luta do povo brasileiro em seu longo caminho de libertação de séculos de exploração e opressão.

terça-feira, 30 de junho de 2009

A crise do Populismo




Após a segunda guerra mundial o Brasil viveu um período democrático em que os presidentes foram eleitos com voto direto e secreto.




Os principais partidos eram:

PSD PTB e UDN

Observação: a UDN era radicalmente antigetulista.

Depois de Dutra, Getúlio Vargas voltou a residência, mas seu governo viveu uma grande crise, atacado por grandes empresários, militares, pela grande imprensa e pela UDN, Vargas se suicidou!

a assembléia constituinte contou com a participação até participação até do partido comunista do Brasil. Os membros da assembléia elaboraram então a constituição de 1946 considerado na época a mais liberal que o Brasil havia tido.

Durante a crise houve conflitos entre o entreguismo e os nacionalistas. Os entreguistas eram os nortes americanos, banqueiros, PTB e o PSB (Vargas).

Já os nacionalistas eram as indústrias brasileiras, o povo os estudantes, operários e a UDN (Carlos Lacerda).



O Petróleo é nosso


A UDN aceitava que empresas estrangeiras, como a Shell, a Esso e a Texaco, explorassem o petróleo do Brasil. Já os nacionalistas do Brasil inteiro organizaram a campanha "O Petróleo é nosso".
Vargas buscou apoio político dos nacionalistas. Por isso assinou o decreto que determinava o monopólio estatal do petróleo, ou seja, uma lei que estabelecia que apenas uma empresa, de propriedade do Estado, poderia extrair o petróleo do Brasil. Aprovada pelo Congresso Nacional, essa empresa foi criada em 1953. Era a Petrobrás.


O atentado da Toneleiros


Houve também o atentado dos Toneleiros, foi contra o inimigo mais conhecido de Vargas era o empresário político da UDN e também jornalista Carlos Lacerda. Lacerda atacava diretamente e violentamente o governo de Vargas.

Tudo começou quando chefe da guarda pessoal de Vargas (Gregório Fortunato) contratou um pistoleiro de aluguel para eliminar Lacerda. na noite programa para o crime ser executado o pistoleiro errou os tiros acertou uma bala no pé de Lacerda e outra bala matou o major da aeronáutica. .Rubem florentino. Pronto o escândalo estava armado!

Vargas “deixou uma carta-testamento que foi publicada no jornal “ultima hora” o povo leu a carta do “ pai dos pobres “ compreendeu a mensagem, chorou e ficou indignado.centenas de pessoas atacaram sedes da UDN e de jornais antigetulistas.o PSB e o PTB, os partidos getulistas uniram-se para apoiar a eleição do presidente JK.

















A Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial opôs os Aliados às Potências do Eixo, tendo sido o conflito que causou mais vítimas em toda a história da Humanidade, com mais de 70 milhões de mortes. Em estado de guerra total, mobilizou mais de 100 milhões de militares. As principais potências colocaram suas áreas econômicas, científicas e industriais a serviço da guerra. O líder alemão de origem austríaca Adolf Hitler, Führer do Terceiro Reich, pretendia criar uma "nova ordem" na Europa, baseada nos princípios nazistas que defendiam a superioridade germânica, na exclusão — e posteriormente eliminação física incluída — de algumas minorias étnicas e religiosas, como os judeus e os ciganos, bem como deficientes físicos e homossexuais; na supressão das liberdades e dos direitos individuais e na perseguição de ideologias liberais, socialistas e comunistas. Causas da guerra A Primeira Guerra Mundial - "feita para pôr fim a todas as guerras" - transformou-se no ponto de partida de novos e irreconciliáveis conflitos, pois o Tratado de Versalhes (1919) disseminou um forte sentimento nacionalista, que culminou no totalitarismo nazi-fascista. As contradições se aguçaram com os efeitos da Grande Depressão. Além disso, a política de apaziguamento, adotada por alguns líderes políticos do período entre guerras e que se caracterizou por concessões para evitar um confronto, não conseguiu garantir a paz internacional. Sua atuação assemelhou-se à da Liga das Nações: um órgão frágil, sem reconhecimento e peso, que deveria cuidar da paz mundial, mas que fracassou totalmente. Assim, consolidaram-se os regimes totalitários. O germânico de origem austríaca Adolf Hitler defendia que a Alemanha necessitava mais espaço vital, ou "Lebensraum", e por isso queria estabelecer uma fronteira com a União Soviética. Hitler anexou ao Reich alemão a Áustria, seguido da Tchecoslováquia. A essas anexações, as potências ocidentais européias não responderam, mas quando Hitler avançou sobre a Polônia, foi declarado um conflito, e iniciou-se a Segunda Guerra Mundial. Hitler na rota da Expansão Logo após o abandono da Liga das Nações (que já se ressentia da ausência dos Estados Unidos e URSS) pelo Japão, foi a vez da Alemanha retirar-se. Anunciando a saída da representação germânica, Hitler declarou que o não desarmamento das outras nações obrigava a Alemanha àquela forma de protesto. Embora na realidade ele simplesmente desejasse furtar-se às peias que a Liga das Nações poderia opor à sua política militarista, o Führer teve o cuidado de reiterar os propósitos pacifistas de seu governo. Aliás, nos anos seguintes, Hitler proclamaria suas intenções conciliatórias em várias oportunidades, como meio de acobertar objetivos expansionistas. O nazismo fortalecia-se rapidamente na Alemanha. Hitler precisava do apoio de Reichswehr para realizar o rearmamento alemão, mas a maioria dos generais mantivera-se até então numa atitude de expectativa em relação ao novo governo. A pretensão da SA, manifestada por seus chefes em múltiplas ocasiões, de se transformarem em exército nacional, horrorizava os militares profissionais, educados na Escola Von Seeckt. Parecia-lhes um absurdo entregar aquela pequena, mas eficientíssima máquina, que era Reichswehr, nas mãos dos turbulentos "camisas pardas", acostumados apenas a combates de rua. Hitler inclinava-se a dar razão aos generais, o que vinha contra os interesses dos membros da SA mais radicais. Em alguns círculos da milícia nazista, já se falava na necessidade de uma segunda revolução que restituísse ao Partido o ímpeto inicial. Início da guerra na Europa O plano de expansão do governo envolvia uma série de etapas. Em 1938, com o apoio de parte da população austríaca, o governo nazista anexou a Áustria, episódio conhecido como Anschluss. Em seguida, reivindicou a integração das minorias germânicas que habitavam os Sudetas (região montanhosa da Checoslováquia). Como esta não estava disposta a ceder, a guerra parecia iminente, foi então convocada uma conferência internacional em Munique. Na conferência de Munique, em setembro de 1938, ingleses e franceses, seguindo a política de apaziguamento, cederam à vontade de Hitler, concordando com a anexação dos Sudetos. A 1 de Setembro de 1939, o exército alemão lançou uma forte ofensiva de surpresa contra a Polônia, com o principal objetivo de reconquistar seus territórios perdidos na Primeira Guerra Mundial e com o objetivo secundário de expandir o território alemão. As tropas alemãs conseguiram derrotar as tropas polacas em apenas um mês. A União Soviética tornou efetivo o acordo (Ribbentrop-Molotov) com a Alemanha nazi e ocupou a parte oriental da Polônia. A Grã-Bretanha e a França, responderam à ocupação declarando guerra à Alemanha, mas não entrando, porém, imediatamente em combate. A Itália, nesta fase, declarou-se "país neutro". A guerra relâmpago Em 10 de Maio de 1940, o exército alemão lançou uma ofensiva, também de surpresa, contra os Países Baixos, dando início à Batalha da França. Os alemães visavam a contornar as poderosas fortificações francesas da Linha Maginot, construídas anos antes na fronteira da França com a Alemanha. Com os britânicos e franceses julgando que se repetiria a guerra de trincheiras da Primeira Guerra Mundial, e graças à combinação de ofensivas de pára-quedistas com rápidas manobras de blindados em combinação com rápidos deslocamentos de infantaria motorizada (a chamada "guerra-relâmpago" - Blitzkrieg, em alemão), os alemães derrotaram sem grande dificuldade as forças franco-britânica, destacadas para a defesa da França. Nesta fase, ocorre a famosa retirada das forças aliadas para a Inglaterra por Dunquerque. O Marechal Pétain assumiu então a chefia do governo na França, que ficou conhecido como o governo de Vichy, assinou um armistício com Adolf Hitler e começou a colaborar com os alemães. A invasão da URSS Em 22 de Junho de 1941, os exércitos do eixo lançaram-se à conquista do território soviético, com a chamada Operação Barbarossa. Os exércitos do eixo contavam com 180 divisões, entre tropas alemãs, italianas, húngaras, romenas e finlandesas, num total de mais de três milhões e meio de soldados. A estes se opunham 320 divisões soviéticas, num total de mais de seis milhões de homens; porém apenas 160 destas divisões estavam situadas na região de fronteira com a Alemanha Nazi. Grande parte das tropas soviéticas estavam estacionadas na região leste do país, na fronteira com a China ocupada, antecipando a possibilidade de mais um ataque japonês contra a União Soviética, conforme acontecera em março de 1939. A ofensiva era amplamente esperada, pois a invasão da União Soviética fazia parte do discurso nazista desde o surgimento do partido, tendo sido fortemente pregada por Adolf Hitler em seu livro "Mein Kampf" e estado presente em diversos de seus pronunciamentos políticos anteriores até mesmo ao início da guerra. Relatórios de serviços secretos davam conta da iminência da invasão, partindo não somente da espionagem soviética, mas também de informações obtidas pelos ingleses e norte-americanos. A mobilização de grande número de tropas alemãs para a região de fronteira também foi percebida. Os soviéticos já vinham tomando medidas contra a invasão desde a década de 30, aumentando exponencialmente o contingente de seu exército. O exército central foi o que progrediu mais rapidamente, tendo conquistado completamente a cidade de Minsk a 29 de junho de 1941, operação que resultou na captura de 420 mil soldados do exército vermelho. A ofensiva prosseguiu com o grupo central marchando através da Bielorússia até atingir a cidade de Smolensk, penetrando finalmente no território da Rússia propriamente dit. Aqui o avanço das tropas alemãs foi interrompido pela primeira vez, dada a forte resistência oposta pelas tropas soviéticas, porém a cidade foi conquistada a 16 de julho. O fim da guerra Em Março de 1944, as forças japonesas que ocupavam a Birmânia, deram início a um ataque contra a Índia, mas acabaram por ser derrotadas em Impanhal. No Norte da China, as forças japonesas, começaram a enfrentar as forças comunistas de Mao Zedong. A Guerra Sino-Japonesa, que mobilizava mais de um milhão de homens, gastava mais recursos que a Campanha do Sul. Em agosto de 1944, depois de lançada a última ofensiva em Ichi Go, o Império japonês, tomou grande parte do Sul da China Central, estabelecendo uma ligação terrestre com a Indochina e inviabilizando o território chinês como base para que os aviões caça aliados pudessem escoltar os bombardeiros em direção ao Japão.

domingo, 28 de junho de 2009

A América Vermelha



Cuba foi uma rica colônia espanhola no final do século xix uma grande revolta popular alastrou-se pela ilha, querendo independência nacional.

Empresários norte-americanos perceberam que poderiam tirar proveito de mudanças política na ilha. EUA declarou guerra a Espanha que lutava longe da casa e não era uma potência, resultado: Espanha foi derrotada.


As tropas americanas desembarcaram em Cuba para “garantir o governo independente”.

Governo formado por grandes produtores de açúcar e tabaco.

Logo depois da independência o governo cubano tratou de facilitar todos os investimentos dos EUA na ilha. Cuba era um bom negócio tanto para cubanos(elite) quanto para americanos(empresários)

Cuba, era agroexportadora de açúcar e tabaco, a elite cubana era formada por grandes comerciantes e latifundiários. Os investidores norte-americanos tinham muitas propriedades na ilha.


Quando um presidente cubano atrapalhava os lucros das empresas americanas a velha atitude do big stick se repetia: os fuzileiros navais desembarcavam na ilha para restaurar a normalidade e colocar um presidente de “confiança” dos EUA, um deles foi o ditador Fulgêncio Batista. Muitos cubanos consideravam-se humilhados pelas atitudes norte-americanas, pois eles viviam de trabalho suado e sofrido para que os americanos se divertissem e ganhassem dinheiro e os cubanos cada vez mais na miséria.


Em 1953, alguns jovens patriotas prepararam-se para derrubar o ditador. Começaram a revolta tentando derrubar o quartel de Moçada. Mas eram pouco e inexperientes e acabaram sendo presos.


O líder da revolta era um jovem advogado ex-dirigente estudantil: Fidel Castro. Depois de uma temporada preso Fidel partiu para o exílio no México. O ditado achou que as “férias” seriam para acalmar Fidel, mas estava redondamente engano, serviu para que organiza-se novamente uma revolta e foi no México que Fidel conheceu o lendário guerrilheiro dos anos 60 Ernesto Che Guevara.


Em 1956, Fidel voltou secretamente para Cuba junto de seua companheiros, no começo eram só 12 guerrilheiros por isso só atacavam em emboscadas e voltavam rapidamente. Aos poucos conquistaram a simpatia da população.


No final de 1958, as principais cidades cubanas foram tomadas por manifestantes que fizeram greves de trabalho enquanto o ditador não fosse embora. Logo depois do ano novo os guerrilheiros barbardos ganharam Havana e se tornaram vitoriosos. Era a revolução de 59 que começava.


O poder estava na mão de Fidel Castro e seus companheiros eles estavam dispostos a mudar mesmo e provaram fazendo: uma reforma agrária radical(tomando as terras dos latifundiários e dando a famílias pobres.) aluguéis reduzidos em 50% e os livros e remédios em 25%.

Governo nacionalizou principais empresas localizadas em Cuba.


EUA vingou fazendo o bloqueio econômico os americanos pararam de comprar de Cuba, já que Cuba tinha suas exportações voltadas para eles o país estava agora pagando o preço da briga com o vizinho. Então veio a ajuda os países socialistas começaram a comprar produto cubano e com preço a cima dos ditos pelos países imperialistas. Em 61 os EUA enfurecido com a nova amizade cubana, mandou invadir o país foi a Invasão da Baía dos Porcos e por incrível que pareça foram derrotados. Com resposta imediata Fidel declarou Cuba socialista.

EUA pressionou os outros países a romper relações com Cuba.


Assim Cuba foi expulsa da OEA.

A situação ficou dramática quando os EUA descobriram que os soviéticos estavam construindo uma base de mísseis atômicos em Cuba. O presidente Kennedy mandou que a marinha bloqueasse o mar do Caribe. O problema é que do outro lado vinha uma frota militar soviética. A crise dos mísseis em Cuba quase levou a terceira guerra mundial. Na hora h as duas potência fizeram um acordo a URSS paravam com a fabricação e os EUA comprometeram não invadir Cuba.


Querendo seguir exemplo dos cubanos, as rapaziadas armaram diversos movimentos na América Latina na década de 60 e 70. Cuba ajudou esses movimentos fornecendo armas e treinamento militar.


Em 1991 a URSS deixou de existir. Cuba perdeu seu grande aliado internacional. Sem ajuda externa e sofrendo o bloqueio dos EUA, a economia cubana passou a sofrer grandes dificuldades. O governo norte-americano aprovou que qualquer empresa estrangeira que tivesse relação com Cuba estaria proibida de ter negócios com os EUA.


O Chile tinha uma tradição de estabilidade política de eleições limpas e sem golpes. A população queria mudanças mais profundas.


Em 1970, Salvador Allende foi eleito presidente. Allende contava com apoio da UP(unidade popular). Allende foi simplesmente o primeiro presidente marxista a ser eleito. No começo a unidade popular não pretendia implantar imediatamente o socialismo.


O grande projeto de Allende era a via chinela para o socialismo. Os socialistas chinelos que gradativamente com reformas pequenas o Chile viveria a transição do capitalismo para o socialismo, e logo as empresas seriam controladas pelo estado ou cooperativas de trabalhadores. O governo de Allende procurou respeitar inteiramente a constituição do pais.


Os grandes empresários não podiam deixar que o Chile se tornasse um país socialista. Tiveram apoio dos EUA que não aceitavam um governo comunista.


Começou então uma grande operação de boicote dos empresários chilenos. Os supermercados tiravam as comidas das prateleiras para que a população ficasse assustada com a “escassez de comida”. As empresas de carga paralisaram por seis meses, provocando um colapso no abastecimento das grandes cidades.


Em 1973, o general Augusto Pinochet comandou o golpe militar que levou à morte o presidente Salvador Allende.


A ditadura militar liderada por Pinochet foi uma das mais brutais da América Latina. Qualquer suspeito de ser comunista era preso e barbaramente torturado. O governo dos EUA deu maior apoio ao golpe. O general Pinochet ordenou a devolução da maioria das empresas estatizadas aos antigos proprietários e criou leis de facilitação do capital americano.

Nos anos 70 na Nicarágua grupos de guerrilheiros de várias tendências políticas formaram a Frente Sandinista.


O governo revolucionário proveu uma reforma agrária tirando terra dos latifundiários e passando para o povo, criou uma campanha de analfabetismo de adultos, que recebeu elogio de educadores do mundo todo. O regime político e social Sandinista era bem diferente do regime socialista. As empresas da família Somoza, foram confiscada pelo estado, mas as pequenas e médias empresas continuaram existindo. De certo modo a economia era uma mistura de socialismo com capitalismo. Apoio da igreja católica alguns padres participaram do governo Sandinista. Em Cuba, todos que apoiavam a revolução ingressaram no partido comunista. Todos os outros partidos foram proibidos. Na Nicarágua Sandinista, existiam vários partidos e a imprensa manteve a liberdade.


Enquanto isso os EUA pressionavam incessamente com bloqueio econômico e a CIA forneceu armas e treinamento para os contras. Os contras eram guerrilheiros de extrema direita. A economia da Nicarágua ficou seriamente abalada. N as eleições de 91 os Sandinistas foram derrotados por uma pequena margem de votos. Venceu Violeta Chamorro, uma empresaria que havia apoiado os Sandinistas no passado.